O ônibus deslocava-se facilmente nas avenidas largas que saiam do aeroporto para o centro da capital croata. Parques e jardins floridos de grande extensão, alguns deles cortados pelo Rio Sava emoldurado por um sol primaveril que refletia nas encostas do monte Medvednica à nossa visão.
Dispúnhamos de um tempo razoável a partir da rodoviária central para um conhecimento mesmo que breve sobre aquela que é o centro e rota obrigatória de turistas dos países do leste europeu e que se dirigem para o mar Adriático. Conosco não foi diferente e Zagreb, capital da Croácia, foi uma passagem em direção ao seu lindo litoral. Lá chegando, decidimos apanhar um funicular para o centro em busca de um local para almoçar, próximo onde fica o Museum Brokem Relationship, interessante espaço cultural que guardam histórias fantásticas sobre pessoas, seus amores e relacionamentos.
Mas o tempo era curto pra tal investida, vez que nosso voo era conexão de hora marcada e uma visita dessa natureza consumiria muito tempo. Só pra contrariar, acabamos tomando o funicular no sentido inverso do centro e passamos por largas avenidas, até que percebemos o erro e voltamos para o centro da cidade.
Chegamos a Trg KraljaTomislava e o sol da tarde banhava inúmeras pessoas deitadas por sobre um imenso gramado cercado de flores junto ao monumento patriótico Donji Grad.
As construções de estilo francesas predominavam entre os espaçosos prédios que circundavam a praça.
Estávamos cansados e famintos e os humores costumam ficar ácidos, portanto, não havia porque procurar um restaurante a la carte àquela hora. Assim, decidimos almoçar em local próximo à rodoviária pra não correr o risco de perder o último ônibus pra o aeroporto que nos levaria ao mar e a rota do antigo império romano.
Dirigimo-nos para rodoviária e infelizmente fomos comer sanduíches, pois em volta não havia nada recomendável. No melhor estilo rapidez e má educação, fomos servidos por uma garçonete junto com uma desonesta cobrança ao final do lanche, algo como dez reais a mais em nossa moeda, mas que tranquilamente foi superada essa decepção momentânea com a visão de obras de arte à nossa volta.
Nosso ônibus rumou para o aeroporto as 20:15 horas e o sol já tinha se posto quando uma lua cheia descortinava o horizonte. Acendeu em mim a vontade de não apenas passar por aquela metrópole croata. Queria enveredar-me sobre suas histórias, sua comida, música. Conhecer a fundo o seu sofrido povo, tão envolvido em permanentes guerras, desde romanos, mongóis, austro-húngaros passando recentemente por conflitos com a Sérvia por disputas territoriais.
O brasão do condado ficou permanentemente em minhas memórias, onde um sol luminoso de primavera dava lugar a uma maravilhosa lua cheia em tom amarelo avermelhado nascendo atrás dos ciprestes que circundavam o aeroporto que nos levaria ao mar Adriático.
Wagner Bomfim
in Zagreb
Muito lindo e informativo texto . Conheci um pouco da cidade só pela sua detalhada descrição meu amigo! Deu até vontade de conhecer! Perfeito! Parabéns!
Muito lindo e informativo texto . Conheci um pouco da cidade só pela sua detalhada descrição meu amigo! Deu até vontade de conhecer! Perfeito! Parabéns!