Esperança
Ah esperança !
Ainda estás ai escondida
Numa caixa amorfa,
vaga e sem nome.
Todo o medo, como a mim,
ora te consome.
Em pesadelos vejo demônios,
vejo sangue,
terror.
tremo com a face pálida e inerme o estupor.
Ah esperança !
como te queria primavera
longe,
muito longe de minhas têmporas
anuviadas,
quiçá esquecida
como tábua náufraga dos meus pesadelos
quiçá,
totalmente adormecida.
11/03/2020
Em homenagem a um grande mestre – Anisio Teixeira ( morto pela ditadura militar há 49 anos)
Muy bono. Aposto que mesmo escondida está também lacrada em muitas outras caixas anônimas. Caso contrário primaveremos todos até que o mundo faça sentido novamente.