No filme de Edward Zwick, O Último Samurai, dentre tantas cenas uma se destaca; É quando o Imperador japonês pergunta ao soldado americano como morreu o último samurai, na celebre batalha de resistência dos samurais, a Restauração Meiji. Fitando longamente os olhos de um condescendente e fraco Imperador, o soldado lhe diz: Vou contar-lhe como enfim ele, o líder dos samurais, viveu. Fecha a cena.
Aproveito essa citação para falar um pouco de um gênio, um quase deus humano, que daqui se cansou e foi passear por outros campos celestiais.
Maradona e seu corpanzil parou de pelotear por nossos campos, mas sua figura humana em favor de causas públicas, em favor dos desvalidos não morreu. A grandeza de Diego Maradona é que ele, tendo percorrido o mundo, tendo subjugado o mundo com a bola aos seus pés, nunca saiu da favela da Vila Fiorito, bairro pobre onde nasceu, muito menos do coração do seu povo, porque dele sempre saiu em defesa bem como em defesa de vários povos da América Latina.
Apontar seus desvarios amorosos, sua dependência química permeada por álcool ou cocaína, apenas atesta a sua fraqueza humana sem, contudo, diminuir a sua grande atuação como figura pública em defesa dos mais pobres. Daí a adoração popular que os hermanos a ele dispensam, independente de preferencias clubísticas. Se inscreve num panteão de gloria reservado aqueles que não são apenas detentores de uma genialidade, mas que expressa em suas ações todos os anseios de várias gerações, anseios maiores de um povo.
Sua tez e traços faciais, herdados dos índios argentinos Mapuche e Guaranis, miravam o horizonte da resistência ao branco genocida e opressor. Sua estatura era muito maior do que aparentava, era um gigante em todas as suas ações, mesmo aquelas condenáveis. A história fala por si e o coloca ao lado dos próceres políticos do século XX Juan Domingo Peron, Evita Peron e o imortal e nacionalizado criador do tango Carlos Gardel.
Mesmo que parte da medíocre mídia oficial brasileira tenha tentado manchar a sua história após a notícia do seu falecimento, chamando-o de atleta populista, como se nessa expressão residisse um defeito, uma mácula, ali apenas escancarou a pequenez das elites mandantes com suas narrativas negacionistas das desigualdades sociais que o El D10s tão bem combatia.
Viveram e conviveram com todas os erros e com os inúmeros defeitos, próprios dos homens comuns, mas se destacaram além da grandeza dos gênios, dos deuses aqui encarnados.
Viva Maradona!
Wagner Bomfim
25/11/2020
obrigado aqueles que gostaram da homenagem ao guerreiro Dieguito!
Excelente texto
Viva Maradona!!! Pessoa humana admirável, dentro e fora dos campos.
Texto emocionante, traz o herói humano, o homem genial, sensível que foi Diego Maradona.
Ele vive!!!
Sim, que viva Dom Diego
Dieguito Vive!