Inquilino

 

O ar de abril, um agosto qualquer. 

Mensagens ressoam 

No tapete,

Na fotografia esmaecida.

O olho assustado de um cão brilha

Sob a marquise enegrecida.

Um cheiro de gás invade uma sala,

Dilata a casa 

Vazia de todos os fetos,

De futuros incertos.

O inquilino se jogou de açoite

Contra o vento noturno,

Sem marcas no parapeito,

Sem samambaias trêmulas.

Amorfo, 

o tempo silencia à interrogação,

Ao arpejo,

Aos murmúrios contidos no quarto ao lado.

Wagner Bomfim

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  1. Neci Soarea em Análise
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