Noite

Tenho a noite assim, 

Inteira, nua e silenciosa,

Só minha.

Os apenados, lá fora,

Arrastam suas correntes 

Presas à alma,

Ao infarto das culpas, 

Bêbados de sombras, sobras de lençóis.

Devoro-a, pedaço a pedaço,

Entre ruídos nas portas, 

Soluços de rasga-mortalhas 

E um inevitável sereno 

Banhando as folhas no jardim.

Wagner Bomfim

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  1. Neci Soarea em Análise
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