A desfaçatez, a mentira e a hipocrisia. Seriam esses os três principais adjetivos pra falar sobre a declaração de “grampinho “(ACM Neto) e sua vice, Ana Coelho, quando em suas fichas de registro de suas candidaturas ao governo da Bahia nas eleições de 2022 junto ao TRE – Tribunal Regional Eleitoral declararam-se pardos.

Óbvio que os mesmos procuram retirar da discussão política a questão da raça e gênero igualando-se ou procurando igualar-se à maioria da população baiana, composta fundamentalmente por negros e pardos.

Se por um lado essa atitude poderia soar como uma posição politicamente correta, por outro escamoteia a verdadeira discussão que é de fato expor a contradição econômica, razão maior onde se funda o capitalismo.

O homem branco não necessariamente é rico bem como o pardo ou negro não necessariamente é pobre, embora a contradição econômica torne esses últimos como explorados mais perversamente pelo capitalismo. Majoritariamente os brancos são detentores da maioria da riqueza seja na Bahia como de resto no Brasil. Desviar a discussão das mazelas do capitalismo, racismo, gênero, religiões são artimanhas, oportunismos!

Mas, além dos aspectos citados acima há uma intenção clara e desonesta que é a captação absurda de recursos do fundo eleitoral destinados a cotas de candidatos negros, pardos e mulheres burlando portanto o TRE com a informação distorcida de uma negritude inexistente na pele de homem branco e da elite dominadora desse pais.

Assim se impõe os três adjetivos do início da nossa fala sobre a postura de grampinho e de sua vice; Hipocrisia, mentira e desfaçatez sobretudo oriundos desse milionário instantâneo que após passar 08 anos gerindo a prefeitura de Salvador acumulou alta de seu patrimônio em mais de 2000% conforme sua declaração de rendas nos últimos pleitos eleitorais junto ao TRE e hoje chega a mais de 48 milhões de reais.

Assim, é até possível que ao longo da campanha política grampinho apareça com tererês na cabeça e marcas tribais pelo corpo fazendo-se até passar por membro de uma comunidade negra e cantando Gerônimo, não o candidato oponente, mas o icone da musica baiana;

“Eu sou negão, eu sou negão

Meu coração é a liberdade …”

Wagner Bomfim

21/08/2022