Ciro, ah, não tão grande!

O século VI a.C conheceu um grande guerreiro e conquistador.Falamos de Ciro, O Grande, que reinou desde o Mediterrâneo até a Ásia Central. O mundo dobrou-se à sua grande habilidade de estrategista militar, bem como às suas variadas ações humanitárias, como a libertação dos judeus, o respeito aos costumes e religiões dos povos conquistados registrados pela história. 

Aqui no Brasil, um outro Ciro, nascido em Pindamonhangaba, expandiu seus domínios políticos em terras cearenses, precisamente em Sobral, herdando da família paterna as incursões na política inicialmente em partidos de direita com posteriores mudanças de espectro político até a centro esquerda. Há décadas, com seu estilo hoje marcadamente caudilhista, busca representar uma solução nova para um Brasil antigo, de conchavos, de acordos promíscuos nas camarilhas do poder.

Ao abraçar o PDT de Leonel Brizola muito se pensou que o trabalhismo viria a ser um novo protagonista num país em franca transformação das relações de trabalho, num mundo automático, digital, virtual e pós moderno.

A despeito de suas propostas de mudança para o país descritos em seus artigos, não tem conseguido encerrar em si mesmo uma transformação no modo de fazer política, variando desde um arrogante caudilho até um político ressentido com seu povo por não creditar-lhe o cargo máximo do poder, a presidência da república. 

Há pouco tempo derretia-se em elogios a governos de centro esquerda esperançoso dessa herança em pleno período de demonização da política e sobretudo dos políticos de esquerda.

Ledo engano. Em sua última disputa presidencial não conseguiu superar seu egocentrismo em favor da democracia, tão diferente do resistente Leonel de Moura Brizola que em 1989 preferiu “ engolir um sapo barbudo” a cair nos braços da direita Collorida, do liberalismo nacional nas eleições daquele ano.

Desde 2018 contudo, sobram em suas falas, destrambelhos, arrotos azedos contra o hegemônico partido de centro esquerda e seu líder maior, comungando de uma narrativa meramente envernizada pelo capital financeiro nacional, ensejando ser uma terceira via inexistente, pois não há nessa dita via um projeto factível de Brasil moderno, inclusivo, sem que haja um novo pacto social onde o povo seja o seu protagonista.

Em 4 de dezembro de 530 a.C. , Ciro , O Grande veio a falecer após ser derrotado por Tamires, deixando seu nome inscrito na história geo política, na religião. Seus restos mortais repousam num mausoléu até hoje em Pasárgada, no Irã.

Ciro, o Gomes vem definhando pouco a pouco o seu capital político, restando apenas entre os seus uma narrativa cínica, rancorosa e conivente com a barbárie que se nos avizinha, alimentando o protofascismo, derrocada da nossa púbere democracia.

“ Vou-me embora pra Pasárgada. Lá sou amigo do Rei” disse o poeta Manoel Bandeira. Seus versos representava o anseio de plenitude, de grandeza e eternização em um lugar de eleitos. 

          O Ciro político, que muito teria a contribuir positivamente para os destinos do país, para seu desenvolvimento, infelizmente com sua condução e estratégia política, ao que tudo indica equivocada, se apequena dia a dia.             

 

Hoje, melancolicamente ele se desloca metaforicamente desde a Serra do Araripe, no Ceará, para a despeito dos preços elevados das passagens aéreas, ocupar um lugar num mausoléu politico rumando para… Paris!

13/09/2022

Wagner Bomfim

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Paulo Almeida
3 anos atrás

Fabuloso, Ciro, o pequeno!

Franklin Passos
Franklin Passos
3 anos atrás

Aqui jaz! Uma pá de cal, sete palmos, sete pontos. Perdeu, ser ter ganho, nada, nadica, nadou, morreu na praia, Paris.

Wagner Bomfim
Wagner Bomfim
3 anos atrás
Responder para  Franklin Passos

🤣🤣🤣🤣🤣

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Comentários

  1. Neci Soarea em Análise
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