Uma arapuca nos trópicos.

As pautas da esquerda ou “ pare o mundo que eu quero descer”

O título acima poderia até remeter ao viveiro de espécimes em vias de extinção, encontrado na casa do ex-ministro golpista Anderson Torres, mas é só uma breve referência a que os americanos submeteram a diplomacia brasileira na última semana. Na oportunidade o que se viu foi um Itamaraty forçado a declarar apoio às intenções americanas de se contrapor à sanha expansionista da Rússia, se é que podemos abordar dessa forma , ou à sua tomada de posição dela para um mundo multipolar pois contrária os interesses seculares do mundo ocidental de referência em todos os níveis, econômicos, culturais e políticos.

A visita de Lula aos EUA antes do carnaval pouco trouxe de concreto para a economia, além do simbólico retorno do Brasil ao cenário internacional. Certo é que, dado a desastrosa política externa do último governo que com seu chanceler discípulo de um falso filósofo e que colocou o Brasil como pária no cenário diplomático internacional, ser recebido pelo representante da maior potencia econômica e bélica do ocidente convenhamos tem sua importância, contudo, a atual condição diplomática do Brasil precisará de muito gás pois a atual condição será difícil de reverter em curto tempo. 

Por conta exclusivamente da questão ambiental, logo após a posse de Lula da Silva, houve sinalização  de vários países em retomar essas discussões, bem como a viabilidade de efetivar outros negócios dentro de uma agenda de sustentabilidade. Sabemos contudo de empresas estrangeiras que tem ” negocios” nem .sempre éticos dentro dos territórios de povos originários

O governo americano ao receber Lula na Casa Branca em verdade frustou a expectativa brasileira de  contar com uma substancial ajuda financeira para deter o desmatamento da Amazônia e muito se falou sobre o pleito histórico do Brasil em ter um assento no Conselho de Segurança da ONU. Lá, na Casa Branca entre risos e mesuras, o que se viu foi o velho Tio Sam condicionando o apoio político ao frágil governo de um país sul-americano recém empossado a uma declarada condenação da invasão Russa a Ucrânia. Repetição de cenas midiáticas para o Brasil porem destituída de importância e restrita à popularidade de Joe Biden em vésperas das eleições para os EUA. Na sacola, a diplomacia brasileira trouxe poucos dólares para aplicação e redução do essa é desmatamento da Amazônia, ficando apenas na intenção de frear os arroubos golpistas das extremas direita do norte e do sul.

Em recente declaração na ONU o porta voz brasileiro, mandado ou não, declarou-se contrário à invasão Russa na Ucrânia e aí esquentou a fervura pra o governo Lula.

o Brasil pode perder a condição

de mediador de um conflito internacional

Será que o governo brasileiro esqueceu da dependência que temos dos fertilizantes russos, vitais para o agronegócio vez que não dispomos de fábricas capazes de suportar tal demanda? Será que não balizou sua posição em uma estratégia menos, digamos arrogante ? Essa tomada de decisão pro Ucrânia pode custar caro, tanto do ponto de vista econômico bem como diplomaticamente, onde o Brasil pode perder a condição de mediador de um conflito internacional, onde até agora só quem está ganhando são os EUA e sua indústria armamentista.

Lula e sua grande habilidade de negociação terá que convencer chineses e russos que ainda é um parceiro importante dentro do BRICS, que pode fazer parte de um novo ordenamento mundial. Aqui no âmbito doméstico a extrema direita arma seus mísseis contra a política externa brasileira e talvez um possível erro de cálculo. A ver!

                            II

A pauta da esquerda e da direita 

Como assim? É isso que precisamos entender.

Pois bem, esse fim de semana ocorreram manifestações de rua em toda a França organização por um partido de direita, herdeiro de Le Penn, contra o apoio formal que a mesma oferece a Ucrânia, incluindo além do apoio político o fornecimento de tanques e  mísseis balísticos na guerra contra a Rússia. Essa medida vai além de um histórico ressentimento contra a Rússia após ter sido derrotada há séculos quando da invasão napoleônica. Curiosamente a direita francesa se apropria de uma pauta típica da esquerda, contrária às guerras, mobilizando números expressivos de simpatizantes nas ruas do país. O oposto também ocorreu na Itália onde as forças políticas de direita se apropriaram dessa pauta como alternativa de sensibilizar a população indo as ruas para manifestar-se e opor-se formalmente contra a OTAN, os EUA e seu avanço militar na guerra Ucrânia x Rússia. Óbvio que há um crescente empobrecimento da população, inflação e desemprego.

a direita francesa se apropria de uma pauta tipica da esquerda

Enquanto isso os partidos de esquerda estão atordoados e sem uma estratégia nesse quesito, a guerra que envolve dois representantes da direita totalitária mundial. 

O interior da terra está desacelerando num movimento geológico surpreendente. Aqui em cima, na crosta política a extrema direita avança a passos largos e a cada dia se apossa das pautas da esquerda, tipo contrária às guerras ou a questão ambiental( pelo menos na Europa), últimos suspiros libertários ante uma fase perversa do capitalismo, onde fazer guerra e expropriar riquezas das outras nações, pra lucrar mais e mais é o objetivo final.

Editado por Wagner Bomfim 

27/02/2023

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  1. Franklin Passos em Análise
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