Sobre o degredo

 

Contemplo as flores nas sacadas 

Insensíveis ao degredo de tantos,

Indiferentes ao meu olhar.

O mundo gira primevo e

Tantas eras passam na alma,

Insuportável,

À espera da derradeira chama.

Há insetos deslizando sobre as calçadas disformes,

Sobre o negrume do asfalto pululam raivosos cavalos .

E sopram, sopram,

e convulsiono em frêmitos solitários.

Os degredados perambulam sobre manchados lençóis, incompletos.

Sob a chuva fina os pés atravessam caminho algum,

não desejado, só o encontrado.

Elas, as flores, morrerão ao fim do turno,

“Secas”, inférteis, 

Distantes da alma,

Trégua inútil que a noite empresta.

 

Wagner Bomfim

11/06/2023

 

 

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