O Censo Demográfico 2022, mais que atrasado pelo governo do “lá Ele”, após dois anos de pressão social e até interferência do STF, por fim proporcionou aos governos federal e estaduais, informações relevantes para desenvolvimento de políticas públicas.
Chamou atenção de pronto a redução da natalidade e o encolhimento de inúmeras cidades. Salvador, por exemplo, encolheu quando comparado ao crescimento populacional de outras capitais e, portanto, poderíamos pensar que o baiano está transando menos, que o povo cearense por exemplo está com mais malemolência e dengo, independentes do calor ou do vento que sopra e arriba as saias, pois Fortaleza supera Salvador em população na atualidade. Certo é que o chamego parece estar mais efetivo nas terras de Iracema que nas íngrimes ladeiras de São Salvador.
Mas, se é para meter o pau, desculpem o intransitivo, mas esse comentário tem que ser bem direto e a fundamentação parece-me mais que merecida.
Enquanto isso, o Ministério da Justiça lança um programa de melhoria e fortalecimento da segurança pública atingindo a coluna vertebral da política genocida do governo fascista do “lá ele”!
Medidas para redução das licenças de aquisição de armas de fogo, funcionamento dos supostos clubes de tiro, os CACs, verdadeiras células do nazifascismo e políticas de valorização salarial das polícias entram nessa nova abordagem.
Contudo, não vi, corrijam-me se errado estiver, nenhuma medida que reverta a cultura fascista ditatorial existente no seio dessas corporações, voltadas para atender ao propósito da grande burguesia que é a contenção das grandes massas e extermínio de pobres, pardos e pretos. Tal assertiva baseia-se no número de mortes causadas pelas polícias Brasil afora e, tendo a polícia da Bahia como uma das mais letais. Pretos e pardos fardados matando pretos e pardos e sem crachás. Corpos e mais corpos são jogados, sem vida, nas emergências de hospitais públicos, vítimas de extermínios, a exemplo da Chacina do Cabula, da Massaranduba, da Gamboa, só para citar alguns além de justificativas de guerras entre gangs do tráfico de drogas.
Policiamento ostensivo, promessas de melhorias de salários apenas não resolvem os problemas estruturais da sociedade onde faltam educação, emprego e renda e sobretudo enfrentamento ao narcotráfico com seus tentáculos dentro dos próprios poderes vigentes.
Diversas cidades baianas, como Jequié, Vitória da Conquista, Feira de Santana e região metropolitana de Salvador, figuram entre as mais violentas do mundo e os governos que se sucedem literalmente mostram-se incompetentes e descompromissados na solução dessa tragédia humana. O líder do narcotráfico Marcola já pontuava há décadas essa inoperância do estado em resolver a questão das drogas. O que vemos na atualidade são casas, prédios, comércios, instituições de governo completamente gradeados, vigiados, alimentando uma indústria paramilitar de segurança relativa que usufrui de milhões e milhões de reais, contudo ineficaz.
Amanhã não haverá solução!
Diante desse cenário de violência urbana, nem dá para dar um rolê pela noite ou pelo dia, para dar uma “azarada” e quiçá um “febeapá” com alguém disposta(o) a melhorar nossos indicadores de natalidade.
A Bahia literalmente está cada vez mais sem tesão.
Como poderia dizer a cantora Elza Soares, numa gostosa música junto com Chico Buarque; Em Salvador com ardor, fazem. “Vamos amar” !
Wagner Bomfim
22/07/2023
Prezado amigo o censo revelou a fotografia real de um país mal adminstrado pelos órgãos em todos os níveis. O receio em expor mais uma vida sem nenhuma garantia de saúde, segurança e educação. A pergunta que sempre surge: O QUE FAZER PRA REVETER ESSA SITUAÇÃO?
Parabéns pelo excelente texto.
Forte abraço
Do amigo de sempre
Venicio Moraes
Texto espetacular. Muito lúcido, pontuando certeiro as mazelas políticas do PT baiano. Acertou em cheio! Ab