Um equilibrista no fio da navalha.
A democracia burguesa, como um vírus mutante, dispõe de artifícios para manter as rédeas do poder em mãos da elite econômica, mascarando a eterna luta de classes, usurpando de fato a democracia das mãos da classe trabalhadora.
Desse modo de democracia se compraz o latifúndio, o “rentismo”, os ineficientes proprietários dos meios de produção, tendo um suporte de leis e normas criadas por eles mesmos pela batuta de um legislativo comprado com financiamentos, com o estamento jurídico a garantir o seu cumprimento, bem como sob a ameaça dos eternos parasitas do orçamento público, no caso as forças militares, a lhes garantir a opressão do seu próprio povo em casos de rebeldia e de contestação nas ruas.
Há mais de duzentos anos o playboy do Vice Reino, Pedro de Alcântara, foi instado pelas elites do então médio sul (sudeste de hoje) a romper com a Coroa Portuguesa. As pressões exercidas obviamente visavam romper um longo ciclo de dependência, de espolio e derrame de recursos que eram enviados, bens primários como açúcar, café, algodão e minério, para um endividado Portugal.
A célebre frase cantada e decantada nas escolas fundamentais do Brasil desde então – “se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, vá lá e diga ao povo que fico” – proferida no Paço Municipal, por um sonolento Pedro, tornado depois Pedro I, após uma de suas escapadelas matrimoniais noturnas ainda se faz ouvir.
Desde aqueles tempos até o presente são as mesmas elites , sempre a conduzir os destinos da nação. Mesmo que deixem o povo votar, sejam iletrados, sejam mulheres ou idosos, mas desde que votem nos candidatos apontados pelo sistema capitalista comprometidos com a manutenção das regras de dominação.
Há quase 01 ano, uma ameaça de ruptura do modelo burguês de democracia se fez presente no planalto central, em Brasilia. Um golpe cívico militar urdido pelos mesmos personagens de tantas outras ocasiões (as forças armadas brasileiras) não se concretizou por conta da inteligência de uma mulher ( sempre elas a nos proteger do mal) dando um respiro ao golpe, acredito, ainda em curso.
A democracia burguesa sobrevive no fio da navalha, tendo um representante reformista que mesmo com sua perspicácia, com seu carisma popular e estratégia(para muitos errada, para outros insuficiente) por certo para conquista dos direitos públicos mínimos, está a resistir sob os agouros do “rentismo” e dos traidores fardados. Como um grande líder que é, sustenta de forma hercúlea as bases mínimas de civilidade institucional.
Permanecerá o 8 de janeiro de 2023 marcado na história do Brasil como o Dia do Fico II. Naquele dia de domingo a Democracia burguesa disse: é o que temos agora, diga aos neoliberais que sou melhor que o fascismo, portanto fico!
Wagner Bomfim
30/12/2023
E assim amigo, vamos andando sempre dominados, porém estamos em um momento de luta, em que o fascismo se espalha a passos largos.
Que predomine a Democracia Burguesa frente a extrema direita.
A nossa sina enquanto não nos mobilizarmos para romper esse ciclo ridículo de dominação que oprime a todos. Creio até que a elite tem nuances diferentes: na terrinha, se olharmos bem, não é tão difícil romper o ciclo, pois a nossa população já está mais que mobilizada pelo PT, PC do B, PSD etc basta estabelecer novas estratégias que dê uma guinada para frente ao invés da ida seja para direita ou esquerda…o povo precisa ver que a nossa riqueza é drenada por via de meia dúzia de caciques políticos através da grana dos negociantes.
Pura vdd a sua interpretação sobre o aniversário frustrado dos patriotas. Você fala em uma mulher que salvou o Brasil, mas não foi o Dino ou o Xandao quem frustrou os planos dos “patriotas” ao sugerir a LULA decretar intervenção no distrito federal e não o GLO como esperado pelas forças armadas?
A mulher que alertou que a edição de uma GLO era a concretização do golpe chama-se Janja da Silva !