Lá vem a Bahia descendo a ladeira !

 

Segundo dados do IBGE, há 31 anos a Bahia amarga taxas de analfabetismo alarmantes. Hoje, com sua população predominantemente parda e negra, a Bahia ostenta o 9 lugar em analfabetismo, colocando em torno de 12,6% de sua população na escuridão dá ignorância.

Ao ser confrontado após a publicação dos dados  o“ gestor, educador e governador”,  como JR se intitula, chegou ao cúmulo de comemorar um suposto baixo índice de analfabetismo comparando a Bahia com outros estados do Nordeste.

É óbvio que o mesmo sai pela tangente da desfaçatez com tão trágica realidade e uma vez confrontado com a realidade, anuncia a entrega de “vans” escolares para prefeituras do interior como solução para o analfabetismo de jovens e adultos e como resolutividade educacional. Não vamos aqui adentrar no questão do analfabetismo funcional,  razão para análise específica de educadores e para outro momento.

Assim como construir hospitais e entregá-los à iniciativa privada para fazer a gestão, onde  geralmente as empresas são descompromissadas com a melhoria dos  indicadores sanitários e hospitalares, o mesmo se pode dizer com essa provisão de transporte escolar, efetivamente não mudam os indicadores  educacionais da Bahia.

Durante os 40 anos de proposital incúria do Carlismo na Bahia, seguidos de 18 anos dos governos petistas o que vemos é incompetência no quesito educação. Assistimos  a uma sucessão de supostos educadores raiz ocuparem a secretaria de educação do estado, sem absolutamente implementar mudanças estruturais e por conseguinte  melhorar os indicadores educacionais. Ledo engano!

As últimas medidas, creio inconstitucional diga-se de passagem, com a edição da Portaria 190/2024, apenas referenda o número de matrículas ano a ano sem que haja uma revolução na educação.

O modelo vigente no estado não altera a relação ensino / aprendizado, apenas se baseia em manter o alunado na escola sem efetivamente prepará-los para a plena cidadania, algo que só pode ser alcançado com pelo menos uma a duas décadas depois.

O que se vê é uma evasão escolar brutal, um modelo de ensino desestimulante para as novas gerações somadas a uma estrutura escolar ultrapassada, além de uma completa relação de desrespeito  e desestímulo a todo o corpo docente. Oportuno ver a aplicação dos recursos federais – PNE nos últimos 10 anos, o que revela uma fotografia disforme da gestão pública.

Contra fatos não há argumentos, diz a frase clichê! A Bahia sem educação continuará no atraso, no desemprego e na violência, onde os negros e pardos são suas maiores vítimas. Sem educação de qualidade menos oportunidades e um fosso social que só tende a agravar.

Literalmente o que assistimos é, parodiando o poeta Moraes Moreira,“lá vem a Bahia descendo a ladeira”!

 

Tonico di Meucci

20/05/2024

Tags:

0 0 votos
Article Rating
Inscrever-se
Notificar de
guest

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Comentários

  1. Franklin Passos em Análise
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x