Liberté, jusqu’à quand?

(Liberdade, até quando?)

Há um século, a Europa saía de uma guerra que destruiu as economias de diversos países mundo afora, seguido da pandemia por gripe espanhola que dizimava milhões de vidas.

Grandes nações do mundo paulatinamente tiveram suas democracias postas à prova e caminharam céleres para regimes autoritários como Portugal, Espanha, Itália e Alemanha, sem falar da Rússia, em virtude exatamente da crise do capitalismo.

Espremida por um cinturão da extrema-direita, a França mantinha seu estado republicano pautado nos ideais iluministas.

Do outro lado do mundo, a América do Norte (EUA) iniciava um ciclo de dificuldades econômicas que culminou na quebradeira da bolsa de valores de Nova York. O velho continente africano era espoliado de suas riquezas e dominado militar e economicamente pelas potências colonizadoras, França, Inglaterra, principalmente, expondo suas mazelas sociais e sanitárias desumanas.

Guardadas as devidas proporções, a história, como um caleidoscópio, vai nos mostrando as mesmas condições de um século atrás.

As eleições na Inglaterra, esta semana, com vitória do partido trabalhista e a opção mais à esquerda feita pelo povo francês nas eleições legislativas, mimetizam o cenário do passado.

Na atualidade, a extrema-direita vai se impondo inicialmente pela via parlamentar, como em Portugal, Hungria, Turquia, Itália, com vizinhos próximos e distantes, no caso, um regime nazifascista na Ucrânia, o ditatorial de direita na Rússia e o escancarado regime de extrema direita sionista de Israel. Tal qual ocorreu há um século, todos eles, preparam o terreno para, na próxima crise do capitalismo, utilizar sua agenda excludente, escravizadora e genocida como acontece com o regime atual do Estado de Israel.

Hoje, o contexto econômico é de uma União Europeia seguindo os ditames do neoliberalismo assentado em Bruxelas, com o empobrecimento do continente, submetida aos interesses bélicos da máquina de guerra criada pelos americanos, chamada OTAN. Essa prática nada mais é que promover o roubo escancarado de riquezas pelos EUA e potências europeias sobre nações vítimas desses conflitos.

As eleições desta semana engendram apenas suspiros de liberdade, retardando uma crise do capitalismo e sua necessidade premente de novas guerras.

Assim nasceu o nazifascismo e, por consequência, a segunda grande guerra mundial.

A terra gira, a história é cíclica. A estupidez humana, contudo, é autodestrutiva.

Wagner Bomfim.

08/07/2024