A ponte da BR 324.
Em um evento político ocorrido em 2009, o então governador da Bahia, Jaques Wagner, alardeou para a imprensa a construção de uma ponte ligando Salvador à Ilha de Itaparica. Na oportunidade, envolveu inclusive a potência da construção civil da época, com um “convite” à Emílio Odebrecht para tocar aquele mega projeto, digo, factoide político eleitoreiro.
Seu mandato passou, conseguiu eleger sucessores, como Rui Costa e Jerónimo Rodrigues, 15 anos passados e sempre que podem, continuam a usar esse factoide como moeda eleitoreira.
Aquele projeto, destituído de aprofundamento técnico científico em relação ao impacto ambiental, sem estudos sociais relacionados as populações de todos os municípios onde a tal ponte poderia desaguar, a realização de consórcios entre municípios, além da inexistência de ampla consulta pública que contemple os interesses populares impele garganta abaixo esse monstro marinho, e assim, volta à baila num discurso diversionista.
A cada mês e a cada ano, o projeto encolhe e o prazo de entrega desse equipamento estica. Nem ponte, nem rodovias de segurança.
Essa semana, o senador Oto Alencar, ao ser questionado em uma rádio de Salvador sobre as precárias condições da BR 324 e BR 116 sul, saiu-se com a pérola de que a solução para descalabro das rodovias pedagiadas mais caras do país, tem que ser a construção da Ponte Salvador-Itaparica.
Creio que tive um sono profundo e deve ter ocorrido um cataclisma com uma nova separação tectônica no globo terrestre a ponto de mudar a geografia. Nesse mundo pós alterações geológicas, a Baía de Todos os Santos passou a ser o menor ponto de ligação entre a capital baiana e a cidade de Feira de Santana com o maior entroncamento rodoviário do norte e nordeste do país . A BR 324 passa então pela praia de Mar Grande e Ponta de Areia desaguando na ponte do Rio Jacuipe.
Preciso acordar e voltar ao ensino fundamental pra estudar essa geografia.
Incapazes de resolver a ziquizira instalada, que tem sido essa privatização que envolve “gente grande” da Holanda e sua Via Bahia, fazem cara de paisagem para o bolso do consumidor. Parlamentares, que pouco se importam com o sofrimento e prejuízos de quem trafega na buraqueira que sempre existiu na 324 (estrada da morte) e a Rio Bahia, ou uma justiça baiana, “muito boazinha” , que desautoriza até protesto popular contra as crateras que se avolumam nas pistas, desandam a falar sandices ou, sabe-se lá, com falas mal intencionadas.
Continuam a privatizar os espaços públicos (saúde, estádios de futebol, rodovias, parques, museus …) e sobretudo os recursos humanos do serviço público e entregam para exploração por décadas à empresas que prestam serviços sem qualquer qualidade.
Parece haver um grande pedaço de carne embaixo desse angu.
Ah, sim, e antes que me esqueça, não me venham de novo com essa história de TCU, pois ele, rima, e, como bom baiano que sou, digo logo:
Lá ele!
Wagner Bomfim.
10/07/2024.
Sensacional!!! Texto maravilhoso!
“TCIVES”, porque tem rima!
Político, o raiz, tem que ser pau “pra” toda obra…uma obra pra chamar de sua! Defender até morrer, garantir os “custos operacionais”. Uma ponte made in China, tem mais peso do que tapar uns buraquinhos de uma rodovia ralé. Eu nunca ganhei nada com obra, nem com ponte e Deus nunca me ajudou a ganhar na loteria…
Uma ponte pra chamar de sua 🤣🤣🤣🤣
O angu já é melhor do que a carne. É reciclável 😃😃😃😃
🤣🤣🤣🤣🤣🤣