Ode aos torturados
À Dilma Roussef
Eu me emociono e choro,
Não tenho a tua dignidade.
Emocionado, tenho a indignação do medo,
Não tenho a tua força.
Na emoção e sem força sangro por dentro,
Não tenho tua bravura.
A emoção me faz orar
a bravos deuses,
Sou tão vil e tão carne.
Tu, como um aço, Eu, como um vento. E me debruço trêmulo nos cárceres que ainda me impõem, Inerme permaneço. Eu me emociono – te reconheço!

Que as lições mais duras não sejam apagadas pelo conformismo, pela suposta saúde da autoproteção que, até pode limpar a superfície, mas deixa inoculado o vírus que pode destruir muito mais que uma dor passageira.