SONETO DO FIM DO MUNDO
Não sei se alegre ou triste
Ambíguo assim me sinto
Minha alma que de mim desiste
Qual roxo bulbo jacinto.
Em dúvida o coração insiste
Infame e morro e minto
E o medo da noite em mim existe
Em interminável labirinto.
Quisera ser um poeta, mouco
Que de alegria, morte vã e distante
Que ser só, vida, triste tampouco
Onde o espírito persiste
Numa agonia inconstante
De viver alegre e triste.
Wagner Bomfim
25/03/2023
POEMAS DO FIM DO MUNDO
Dirão ter sido um infarto,
Uma apoplexia qualquer,
Dessas que acometem os insanos nas madrugadas,
Os poetas frente as primaveras,
A Constantinoplas incendiadas,
E as enxurradas da infância.
Os versos, lá estavam,
esparramados
sobre o peito,
ululantes,
Escorriam escada abaixo.
Morria lentamente, faz tempos,
Estava guardado o segredo.
Wagner Bomfim
17/03/2023