Enchente

Tinha um coração

qual um mar,

imenso,

Tantas vezes navegado.

E os rios desaguavam apaixonados,

Sôfregos, ferruginosos.

Tempestades, palpitações,

e ele, mansamente, espairava

num colo qualquer.

Uma Maria, então,

tornou-lhe apoplético,

sem ar,

Em completa paixão e mistura.

E os olhos eram só enchentes sobre um mar barrento.

Hoje o coração tem o olhar

perdido no horizonte,

engolindo um sol posto.

 

Wagner Bomfim

16/07/2023

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Paulo F Almeida
Paulo F Almeida
2 anos atrás

O outro é o SOS Camarajipe limpo!

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Comentários

  1. Neci Soarea em Análise
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