É melhor perder a vida
Do que perder a liberdade
Disse com autoridade
O engomado jaleco branco
Aquele vetusto senhor
Neto do bicho manco
Filho do istopô!
Dizendo ter a decência
Por conta da credencial
Da politica ministerial
Ao tocar a batuta da morte
Mostrou-se um indecente
Quem quiser que ganhe na sorte
Pra ser um sobrevivente.
A Sociedade de Cardiologia
Lhe arremedou um puxão
Na orelha imensa do cão
Que especialista se diz
Em tormentar esse povo amigo
Torcendo de lado o nariz
Com a fome, com o desabrigo.
Assumiu com toda pompa
Dizendo ser curador
Emissário de um certo senhor
Que tão logo pegou a caneta
Revelando o seu intento
De astuto exegeta
De males e sofrimento.
Disse que a liberdade
Era melhor que a vida
Mas com cara desenxabida
De regabofe aprumado
Foi logo empinando a pança
Um penetra desconjuntado
Dessa infeliz festança.
Gestor da desfaçatez
Feitor daquele clister
Se tem vacina não quer
Se compra não quer aplicar
Não cuida do que tem jeito
Seu jeito é o de maltratar
Com seu dicionário mal feito
É melhor perder a vida
Do que perder a liberdade
Diz insistente o covarde
Noutra lida com a imprensa
Golpista do cramulhão
Fugindo de toda a prensa
Bufando como um aleijão.
O povo todo abandonado
Vivendo de lixo e de osso
Galinha só o pescoço
Sonhando com a salvação
Em doze parcelas da igreja
Contra o emissário do cão
Debatendo na infeliz peleja.
É melhor perder a vida
Que perder a liberdade
Fala com insensibilidade
Ao povo servil miserável
Pagando com a vida o butim
Da escolha execrável
A mando da elite chinfrim.
É melhor perder a vida
Que perder a liberdade
Discurso da santa maldade
Pra um povo tão maltratado
Pela incúria e indecência
Com fome, aflito e cansado
À mercê da incompetência.
A vida é o dom mais sagrado
Que a natureza mãe nos oferta
E a liberdade por certa
Com a chama da felicidade
É conquista de nossa luta
Não é migalha ou bondade
De qualquer filho da puta.
Perdoe a palavra chula
Qual pura obscenidade
Mas falar de liberdade
Por quem nos ensurdeceu
Com mentiras, promessas de um lobo
Sou filho de Prometeu
Por isso nem cego nem bobo.
É melhor perder a vida
Que perder a liberdade
Vê-se a falta de sinceridade
De humanismo e de amor
Do discurso negacionista
Desse douto senhor
Arremedo protofascista.
Mas burro esse povo não é
Terá sua hora e seu dia
Momento de galhardia
Aprendendo com quem lidar
Passando esse tenebroso inverno
O fascismo ele vai mandar
Para o quinto dos inferno.
De um lado se pode ver
A treva e o sofrimento
Do governo de um sarnento
Que apostou na mortandade
Da mãe, do pai , do avô
Gargalhando sem piedade
Com a marca do istopô.
Um povo se erguerá
Com o peito ainda imprensado
De dor, aflito e cansado
Pedindo que a vida perdure
Conquistando liberdade
Pois “não há bem que sempre dure
E nem mal que nunca se acabe”.
Wagner Bomfim
13/12/2021
Parabéns, Wagner, meu poeta preferido, junta as palavras certas pra caracterizar esse infeliz e malvado desumano.
O Poeta, Wagner, que tanto maneja as palavras com tanta sensibilidade.
Felicidades amigo, vamos tentar andar com fé e esperança.
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O Porta nos dá um alento, diante de tanta tristeza e desesperança.
Inimaginável vivermos novamente estes tempos, disfarce de pseudo democracia , insensatez, virulência , dor e morte.Estupefactos, aguardemos o desenlace com nosso voto consciente em 2022. Aí venceremos o inimigo das liberdades.
Excelência no texto poético de verdade, contundência explícita e nua. Um grito, um clamor, preso em nossas gargantas!
Vida com poesia fica mais leve, mais sadia! Parabéns, meu amigo!
Sim, "não há bem que sempre dure e nem mal quase nunca se acabe" é essa a nossa esperança, por isso seguimos acreditando e lutando, parabéns, saibas palavras 👏👏👏👏
Sensacional! Impressionante a capacidade desse poeta em juntar palavras de forma bela, mesmo quando o tema não é tão bonito. E, verdade, "não há bem que sempre dure e nem mal que nunca se acabe" 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏