À minha irmã Laine
Os ipês estão rosa.
Já foram amarelos e amanhã, por certo,
serão roxos,
como a paixão pela vida,
como todas as crisálidas que anseiam,
inquietas, o futuro e,
um dia, impertinentes,
revoarão sobre todas as flores
qual borboletas azuis.
Os ipês estão rosa
e um leve perfume invade o ar quente
nas madrugadas silentes
e um roçar macio de suas folhas
caídas pelo chão.
Deixemos, portanto,
suas flores róseas,
amarelas e roxas,
invadir nosso tempo de marcas profundas.
Deixemos que suas flores banhem os lagos
e as lágrimas dos nossos olhos
e encham de esperança todos os canteiros
da nossa alma aflita,
seiva que alimenta nosso tronco antigo.
Wagner Bomfim
09/2010
Fotos: Ivonize Bomfim
Adoro os ipês. Gostei do poema. Lairte.