O presidente Barrabás

 

O presidente Barrabás

 

 

          A enxurrada de acontecimentos que são divulgados intencionalmente pela pauta dos grandes jornais e pelas redes de televisão do Brasil, que diga-se de passagem são concessões públicas, e que antigamente eram chamadas de mídia de comunicação, mas que hoje são o braço direito do sistema financeiro são extremamente ruins pra saúde mental  do cidadão e servem ao aculturamento de qualquer ser vivente. Prova que essa mídia golpista é braço direito dos rentistas são aquelas maquininhas de cartão de  credito e debitos, vendidas por exemplo pela “Falha de São Paulo”e pela Rede Globo de Televisão, além da incursão dessa última bem como da Rede Bandeirantes nas áreas de seguros e também do agronegócio( agro é pop, tá na globo!). Toda essa pauta ocupa a nossa atenção de forma extremamente nociva, sugando a nossa energia libidinal primária e ocasionando por consequência uma catexia, digo isso aqui pra deleite dos amigos psicanalistas.

          O presidente Barrabás e confesso que dessa forma estou sendo bastante simpático a ele com esse apelido, embora acredite piamente que temos em verdade um presidente Belzebu, dado a sua ação prevalente com a morte, o seu deleite com todo um processo de sofrimento que muitas vezes a antecede. Ele, o Belzebu, opa, o Barrabás é o arauto dessa profusão de notícias ruins.

          Assim, dediquei alguns minutos pra tentar, ousadamente, elaborar um perfil do genocida colocado na cadeira presidencial do planalto por essa citada mídia golpista e pelo sistema financeiro tupiniquim e internacional.

          Somos seres humanos e encarnamos intimamente na nossa psique a figura de Narciso da mitologia grega. Somos vaidosos e egoístas por conta da própria natureza, do nosso instinto animal.

          No caso do Belzebu essa natureza assume proporções assustadoras vez que os valores  impostos pela sociedade moderna tais como empatia, respeito e solidariedade  inexistem para ele dado a mesquinhez com que o coisa ruim elabora o sofrimento alheio, exercendo uma postura de Narciso, belo, superior, mas com atributos  anômalos  à sua consciência, hipertrofiados por ideias e ideais que não são originalmente seus. Explicando melhor, diria que o coxo com sua vaidade patologicamente instalada no seu amago doentio se posiciona ou procura se colocar como um herói, com seus signos, símbolos, pautados numa escala de valores retrógrados, conservadores, espelho de uma sociedade atrasada de cinco séculos, interessada pois pela manutenção desse contexto de dominação de classe. As “arminhas”, as expressões chulas, o riso sardônico quando repetidamente recorre a conotações sexuais, as cores e os símbolos coletivos incorporados como seus encarnam classicamente a figura do herói imortal, invencível. Desta forma, toda essa postura é portanto fruto de uma trama midiática muito bem urdida e  permanentemente não assimilada e não desconstruída pela oposição as suas praticas e governo e pela esquerda continuamente nas cordas desse embate.

          A incorporação de valores pautados na antiga TFP- Tradição, Família e Propriedade pelo iníquo acaba, portanto, limitando a capacidade do outro de exercer sua alteridade, sua independência, seu heroísmo particular que obviamente vai conflitando com o semelhante, com a auto estima de outrem. Por isso ele, o presidente Barrabás, exerce uma aversão patológica às chamadas minorias, como mulheres, indígenas, LGBTQI+, refletindo uma incapacidade de superação de traumas infantis ligados a sexualidade não resolvida, a despeito das questões econômicas que envolvem a sua sede de exterminar as citadas minorias.

          Os adeptos, fãs, discípulos, ou melhor dizendo, o gado desse inominado das profundezas, que são tão ignóbeis e medíocres quanto ele, se veem representados em suas estupidezes e portanto embarcam no negacionismo da ciência, se arvoram em serem também heróis, serem fortes e indestrutíveis, sem medo do que intimamente vislumbram, no caso a sua decadência física e  isolamento social além de sua pequenez moral. 

          Ali, frente ao obtuso coxo, se defrontam com um espelho narcísico e se debatem nessa toada insana onde digladia a necrofilia x heroísmo. Essa numerosa horda de primatas brasiliensis debate-se ante a necessidade de evolução em um mundo mais que globalizado, onde as fronteiras impostas aos povos contemporâneos e democráticos são o respeito a todas as formas de vida, meio ambiente e de viver entre as pessoas. Assim, ao espelhar-se no coiso, esses adeptos não podem crescer, não podem evoluir, presos que estão às  condições toscas de suas formações pessoais e de classe, amplamente manipuladas pela elite financeira do país. 

          Temos por fim um deformado narciso alimentado e alimentando-se juntamente com sua famiglia de uma necropolítica e por asseclas instalados nos três poderes da república e da parasitária forças armadas, bem como pelo rentismo internacional. Lá, bem no fundo, além do espelho de água refletindo essa imagem tosca de um narciso teratológico esconde-se a verdadeira face do horror.   

              Enquanto impõem assim essa narrativa nua e crua, a mídia golpista haverá de ofertar em algum momento esse tosco Barrabás  para sacrifício, mas, por ora, não é ainda conveniente, não sendo esse, ainda, o homem( Ecco homo) a ser sacrificado para deleite da massa ignorante.


Wagner Bomfim 
19/09/2020.

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Wagner
4 anos atrás

As palavras são o estímulo pra continuar aprendendo a difícil arte da escrita

Unknown
4 anos atrás

Dá calafrios só de pensar o q essa criatura ainda pode fazer!!! É preciso resistir. Essa é uma forma de resistência…escrever…publicar. ..compartilhar!
Sobre características do autor… continuo encantada com a capacidade descritiva! Parabéns!

Wagner
5 anos atrás

Isso é pouco pra esse genocida!

Marco Pacheco
5 anos atrás

Descreveu com detalhes a psicopatia social desse ser desprezível.

Wagner
5 anos atrás

Vamos devolvê-los pra onde nunca deveriam ter saído 😂😂😂😂😂

Wagner
4 anos atrás

Este comentário foi removido pelo autor.

Jamile Almeida
5 anos atrás

Uau! Que oxigênio em tempos pandêmicos! Luz em tempos sombrios! Sigamos atentos e fortes resistindo a esse Belzebu, grande nomeação!

Wagner
5 anos atrás

Com certeza Joana!

Joana Castilho
5 anos atrás

Triste realidade bem descrita

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Comentários

  1. Neci Soarea em Análise
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