O ar de abril, um agosto qualquer.
Mensagens ressoam
No tapete,
Na fotografia esmaecida.
O olho assustado de um cão brilha
Sob a marquise enegrecida.
Um cheiro de gás invade uma sala,
Dilata a casa
Vazia de todos os fetos,
De futuros incertos.
O inquilino se jogou de açoite
Contra o vento noturno,
Sem marcas no parapeito,
Sem samambaias trêmulas.
Amorfo,
o tempo silencia à interrogação,
Ao arpejo,
Aos murmúrios contidos no quarto ao lado.
Wagner Bomfim