Em tempos de isolamento social mambembe, ocasionado pelos jogos de cenas de políticos omissos, insanos e inescrupulosos, que buscam em verdade expor a população pobre ao risco concreto e iminente de morte, por não dispor de medidas preventivas e protetivas frente a pandemia do COVID19 a população como um todo passeia pelas redes sociais monitoradas pelos governos e engrossando os lucros dos Marc Zuckerberg. É um misto de apatia, pavor ou eventualmente esperanças de que um novo mundo eclodirá , tal qual uma borboleta azul oriunda do casulo de uma lagarta faminta que devora nossas flores de um jardim impoluto, pra os afortunados que os tem, distantes dos grotões de miséria que sequer flor plastificada ostenta na janela.
Na cabeça das pessoas os sentimentos variam entre a total ignorância, expondo-se à contaminação inevitável e muitas vezes funesta, ao pavor estampado nas mínimas ações, dos recolhimentos necessários e mais prevalentes nas classes medianas da sociedade. Tais sentimentos se expressam como ansiedades variadas, palpitações, insônias, desorientações, clautrofobias, sensação de abandono, desesperança no futuro, alem dos excessos de uso do álcool, sedentarismo e agressividades várias.
Nas redes sociais volatilizam inúmeras mensagens, post, frases otimistas ou nervosamente jocosas com o momento e crédulas de que um novo tempo, de dar as mãos, figurativamente falando, de ser solidário em campanhas para desassistidos, muitas vezes sob os holofotes das diversas mídias sociais ou imprensa formal.
Mas, de fato, será esse o mundo pós COVID19 ? O grande capital internacional tornar-se-á de repente magnânimo, beneficente, “olhando os miúdos” como é dito lá pela zona cacaueira da Bahia? Ou a bondade cristã por fim fará um casamento indissolúvel com os donos dos meios de produção, onde o trabalho, cada vez mais escasso nesse mundo neoliberal, globalizado, tecnológico e com a quarta revolução, a inteligência artificial, batendo na porta e a tudo e todos dominando serão felizes para sempre?
Você leitor, pode até pensar que tenho uma dose de cicuta ao meu lado, mas infelizmente nessas premissas acredito e vou amargando, como todos os isolados socialmente e no grupo de alto risco, o fel dos tempos da Covid19.
A politica genocida, o controle presente sobre as populações que acontece sobretudo em regimes de força já é uma realidade e aqui se expressa sob nuances nada sutis e que eles, os necrófilos, resumem numa simples frase; que morram os pobres e miseráveis e que sobrem recursos públicos para a previdência social e para todas as politicas públicas ainda existentes, sobretudo para o combalido SUS, assacados pelos corruptos nele instalado nos diversos níveis de governo e pelos reais corruptores que assolam as antessalas do poder instucionalizado.
A maximização dos lucros nesse momento do capitalismo apenas se reinventa. Como citado pelo magnata mais rico do pais, o Paulo Leman, essa é a oportunidade de ganhos e lucros, e portanto é a hora de enviar o exercito industrial de reserva para a luta, totalmente desprovido de qualquer armamento, contendo dessa forma o furor das massas oprimidas, o seu latente ódio de classe, que poderá explodir como convulsão social.
Nesse interim, dispõe da estratégia de ofertar ou conceder migalhas do orçamento público, objeto do roubo secular, para a população espremida nas periferias das cidades. Isso, obviamente sem mexer nos seus pornográficos lucros, pra não dizer assalto às riquezas nacionais. Migalhas, digo claramente, pois aqui recebeu esse nome como Auxilio Emergencial de pouco mais de 100 dólares, menos portanto que um decimo do que tem sido implementado indistintamente em outros países para que a população permaneça em casa e possa assim fazer frente a baixa produtividade, enquanto perdurar o período mais critico da pandemia. Aqui, esse valor mal dá para a sobrevivência, postergando apenas o sofrimento de forma nua e crua.
Nesse interim, dispõe da estratégia de ofertar ou conceder migalhas do orçamento público, objeto do roubo secular, para a população espremida nas periferias das cidades. Isso, obviamente sem mexer nos seus pornográficos lucros, pra não dizer assalto às riquezas nacionais. Migalhas, digo claramente, pois aqui recebeu esse nome como Auxilio Emergencial de pouco mais de 100 dólares, menos portanto que um decimo do que tem sido implementado indistintamente em outros países para que a população permaneça em casa e possa assim fazer frente a baixa produtividade, enquanto perdurar o período mais critico da pandemia. Aqui, esse valor mal dá para a sobrevivência, postergando apenas o sofrimento de forma nua e crua.
Essa artimanha sempre usada quando a panela de pressão começa a apitar, despertando a caserna verde oliva reacionária e antipovo, desde sempre, nessa republiqueta de bananas. Estratégia essa que acaba por conter ou mesmo sufocar uma necessária pulsão transformadora de um exército de Brancaleone, miseráveis que sequer tem acesso a tecnologias 3D ou mesmo despossuídos de CPF ou de CU (sem nenhuma intenção pornofônica).
Cabe-me expandir ainda citando que no contexto macro a nação mais rica do mundo, os EUA, retiraram 53% de sua contribuição para a OMS num momento que o combate a essa pandemia é vital para a sobrevivência de milhões de pessoas. Esse mesmo país cancelou o aporte de recursos para pesquisa e combate às epidemias, no caso o PREDICT/USAID desde outubro de 2019 na ordem de 200 milhões de dólares restou programado alocar apenas 2,26 milhões até abril de 2020 para a pandemia do Covid19 dentro do próprio país. Esse programa pesquisa entre em torno de 1250 microrganismos, sendo que estuda 160 tipos de Corona vírus que assolam diversos países do mundo, por conta da ação predatória e extrativista, imposta pela lógica de acumulação e desigualdade do capitalismo internacional ao redor do mundo.
Mas focando no dia após a pandemia, a solidariedade manifesta atrás das telas dos smartfones e computadores confronta-se com a necessidade básica de sobrevivência alimentar de grande parte da população sob a égide de um governo desumano e necrofílico, que se aproveita da crise sanitária para literalmente exterminar populações inteiras, enquanto privilegia a pauta em curso no congresso nacional, de retirada dos direitos sociais mais elementares adquiridos nas últimas décadas a custa de muita luta democrática, a duras penas.
Joga esse governo espúrio, eleito por esse mesmo exercito de miseráveis, com a narrativa da prioridade do trabalho em detrimento da vida e os faz marchar em direção à cova rasa do cemitério mais próximo. Esse, perdoem os leitores de livros de auto ajuda é o mundo pós COVID19, que não mudará num estalar de dedos, muito pelo contrário, posto que evidenciará nas relações sociais o seu lado mais perverso, expresso na lógica do capitalismo predatório e da teologia da prosperidade que infesta o nosso dia a dia num salve-se quem puder, fundado no egoísmo até que nova pandemia aconteça.
Pra finalizar acresço versos de um poeta que diz; “Ah Esperança! Ainda estás aí escondida, numa caixa amorfa, vaga e sem nome… como te queria primavera”
Wagner Bomfim
19/04/2020
www.fotoegrafia.blog.br



Como sempre, Wagner Bomfim expõe as faces cruéis dos tempos estranhos, mas nem tanto!