Numa breve revisão epidemiológica desde o fim da 1 guerra mundial verificamos grandes pandemias e epidemias em todos os continentes sobretudo nos países periféricos sem que o mundo se debruce verdadeiramente sobre suas causas bem como sobre o seu efetivo controle sanitário de longo prazo.
A industrialização levada a efeito em diversos países, alem da ocupação desordenada do solo, o extrativismo vegetal e mineral, tem propiciado o surgimento de inúmeras doenças primitivamente vinculadas a outros espécimes animais ou mesmo a determinados habitats.
A pandemia de gripe ocorrida na Europa no período da 1a guerra entre 1914 a 1918 e agravando-se no ano seguinte de 1919 foi descrito por vários historiadores sobre o contexto epidemiológico porem com poucos relatos de suas implicações econômicas em um mundo em crescente expansão populacional e de limitações econômicas elevadas.
Sabe-se que a pandemia de gripe do vírus influenza teve suas origens possivelmente entre mamíferos , transferidos para aves e suínos e daí por conseguinte contaminando humanos, que naquela oportunidade, somados a uma imunidade reduzida não conseguiam se defender desse ser vivo estranho e agora hospedado no homem com um poder extremamente patogênico e letal.
Essa pandemia encontrou o mundo em um momento de crescimento dos meios de transporte, sobretudo de carga e essas respectivas cargas obedecem a lógica de expansão do capitalismo mundial sem uma preocupação com os habitats naturais onde inúmeros vírus, bactérias ou protozoários coabitam em um equilíbrio ecológico ou melhor coabitavam.
Essa pandemia encontrou o mundo em um momento de crescimento dos meios de transporte, sobretudo de carga e essas respectivas cargas obedecem a lógica de expansão do capitalismo mundial sem uma preocupação com os habitats naturais onde inúmeros vírus, bactérias ou protozoários coabitam em um equilíbrio ecológico ou melhor coabitavam.
As pandemias de Ebola na África são um exemplo clássico de letalidade do vírus que em verdade existe entre os morcegos da região e que uma vez afastados do seu habitat natural por conta do desmatamento da África Central acabaram migrando para zonas urbanas com efeito devastador.
Uma outra pandemia que eclodiu na década de 80 do século XX, o HIV, tem sua origem nos lentivírus de macacos e sua contaminação de humanos após um processo de ocupação de terras por europeus na África.
A necessidade de alimentar os bilhões de pessoas ao redor do mundo, impõe uma lógica do capitalismo de intervenção, insustentável, dos diversos habitats do planeta com efeitos irreversíveis.
Os países centrais sobretudo EUA e Europa tem comprovadamente perdido boa parte parte de animais como aves, por exemplo, que são indispensáveis para as polinizações e equilíbrio da cadeia alimentar, perda essa por conta de desmatamento e intervenção desordenada de grandes áreas geográficas.Assim, esses países com suas economias predatórias avançam despudoradamente sobre mercados emergentes retirando-lhes suas reservas biológicas e minerais sem nenhuma preocupação ecológica além da retórica política e midiática.
As últimas pandemias de gripe suína, aviária, manifestas em países orientais com superpopulação, aglomerações e intervenção desmesurada sobre os habitats, com seus corona vírus em suas diversas variantes, são apenas mais uma mostra de como os interesses do capitalismo se sobrepõem as efetivas necessidades de saúde do ser humano ao redor do planeta.
No nosso caso, o Brasil vive um momento de devastação do seu meio ambiente e numa perspectiva funesta, de invasão de terras em toda a Amazônia para exploração do agronegócio e da cultura de pecuária extensiva e de mineração além de resquícios de mata Atlântica com a desertificação e impacto nas nascentes de rios e aquíferos, torna-se presa fácil de vetores, mosquitos, carrapatos, ratos, morcegos e de inúmeros outros seres vivos potencialmente patogênicos para o homem mas que sempre existiram em equilíbrio na natureza.
O dilema que a humanidade não quer se aperceber é se teremos defesas suficientes para uma nova pandemia, não apenas e necessariamente dispor de frentes de equipes de saúde ou equipamentos de alta tecnologias para suportar as mortes de populações inteiras, sobretudo daqueles menos protegidos do ponto de vista imunológico e do ponto de vista social ou se as mutações virais serão tão nefastas que esse modelo de economia sucumbirá conjuntamente com o sofrimento e morte de milhões de pessoas.
Estamos em tempos de total iniquidade e não percebemos que o capitalismo, como uma célula maligna, se reinventa e posterga qualquer equilíbrio econômico,social e por assim comportar-se empurra inexoravelmente o homem para sua própria extinção.
Wagner Bomfim
25/03/2020


Muito boa reflexão… o retorno de atitudes impensadas e imediatistas é a extinção da espécie humana de forma catastrófica. A natureza não suporta alterações que não sejam do seu próprio ciclo natural.