Aprendiz de Feiticeiro
A narrativa dos porta-vozes da imprensa golpista, arautos do neoliberalismo, é de criticar os governos de centro-esquerda, taxando-os de atrasados em suas políticas públicas, demonstradas como eficazes desde o primeiro governo Lula da Silva. Tentam diuturnamente desacreditá-lo perante a sociedade a despeito dos enormes avanços sociais e benefícios gerados para grande parte da população brasileira.
Em recente visita a Bahia, o presidente Luis Inácio Lula da Silva, discursou no lançamento de um programa de tecnologia aeroespacial em unidade ligada ao Sistema S acompanhado de um séquito de políticos.
O governador baiano, aprendendo a discursar, teceu loas aos antigos governos Jaques Wagner e Rui Costa, tentando passar a ideia de uma positiva continuidade e como se todos os problemas da Bahia houvessem sido resolvidos nos governos anteriores.
Lula da Silva não se fez de rogado e ensinou ao aprendiz que mesmo estando com mais vinte anos desde que exerceu seu primeiro mandato, tem cinco décadas de exercício político e sabe que o gestor não pode se acomodar com supostas vitórias ao longo de sua trajetória pública.
Repreendeu o governador, implicando-o como necessário que ele seja um agente transformador, inovador, porém distante do ideário coercitivo neoliberal. Estava ele próprio ali a fazer, como elemento novo, sendo indutor e gerador de desenvolvimento e de possibilidades de milhares de emprego para, sobretudo, os soteropolitanos.
Nesse caminho de necessária transformação podemos olhar o passado recente onde a saúde da Bahia, mesmo tendo criado inúmeros programas vitoriosos no primeiro governo J.Wagner, evidencia no presente uma atenção básica ineficiente, gerando uma situação calamitosa na média e alta complexidade. Sua Central de Regulação é incapaz de dar as respostas necessárias a população que dela precisa, reduzindo os indicadores de morbimortalidade e desafogando a rede SUS.
Outro setor nevrálgico é o da Segurança Pública, onde a Bahia encontra-se a mercê do narcotráfico, com uma polícia declaradamente conflitante com a população pobre e preta, com uma alta prevalência de letalidade policial. Na atualidade, o aval do governo estadual de que não utilizará câmeras nos uniformes policiais, identifica-se com as práticas de polícias comandadas por governos de extrema-direita. Essas câmaras mostraram-se mundo afora como eficazes e, portanto, geradora de novas práticas de abordagem preventiva e ostensivas do aparato policial. Na ausência das câmeras nos uniformes dos políciais em plena atividade, há que se questionar o porquê de tal decisão e o contexto ideológico impregnado nela, oriunda do alto comando militar e assumida pelo governo estadual.
Obras tamanho G, privatização dos espaços públicos via terceirizações, um funcionalismo totalmente desprestigiado e desonrado, uma educação com indicadores ruins e com a Bahia como campeã de desigualdade social, tem sido, infelizmente, a marca recente.
Não obstante as intervenções oportunas feitas na mobilidade urbana na capital e na qualidade das estradas pelo interior do estado, todas essas ações, por certo, não garantirá um terceiro mandato petista, sobretudo com uma visão conservadora, atrasada, prevalente, bem ao gosto do discurso de direita. É de suma importância a chegada do novo.
O velho Lula da Silva dá uma lição de mestre nos recentes governos. Ele sabe que a manutenção do poder nas mãos da centro-esquerda está distante do que é praticado nos últimos tempos na política da Bahia, portanto, ele próprio se reinventa em cadinhos de feitiçaria.
Quem viver, verá!
Wagner Bomfim
Verdade! O neófito tem muito a aprender…
Esperamos que aprenda a conduzir o governo em benefício popular e não para os cupins de sempre !
Preciso, cirúrgico e certeiro. Falou e escancarou o que é a Bahia dos atuais mandatários que mamam e estendem a mão para os corruptos de centro/direita da boa terra!
As alianças recentes apenas mantém a fachada de controle do governo, mas as práticas e políticas só atendem aos interesses da centro direita. Lamentável !!!