Roma, Firenzi, Athenas ou mesmo pequenas cidades, tem sido o destino de pessoas de regiões do norte da África, da Ásia ou de outros países da própria Europa, num processo migratório, ceifados de sofrimento através do mar gelado, em balsas, barcos pequenos e outras grandes embarcações, conduzidas por traficantes de pessoas. Tudo expressando a crise do capitalismo, com sua exploração de povos e sociedades e onde se verifica, em vários lugares, condições de vida e de trabalho muitas vezes primitivas.
Em conversa com pessoas desses países, percebemos o temor, dos cidadãos, de serem vítimas de violência de toda sorte, dos imigrantes africanos ou asiáticos, pois que é cada vez maior a presença desses povos nas cidades de médio e pequeno porte e onde casos de violência têm sido relatadas. Esses imigrantes moram em habitações precárias, sempre distantes das áreas mais ricas em bens e serviços, alimentando o combustível da exclusão além da ausência e da violência do próprio estado. Tem sido a tônica do aparato estatal contra as minorias nesses países, bem como em outras regiões da Europa, quando se fala da população pobre, em sua maioria, negra, muçulmana, judia.
O mundo tornou-se, como já foi dito, um aglomerado insuportável de pessoas vivendo em suas metrópoles, sem o ordenamento adequado para suportar essa profusão de pessoas e sem que o estado esteja preparado ou disposto a fazê-lo numa lógica de oportunidades e menor exploração do próprio trabalho do homem.
Segue o Mediterrâneo o seu curso de rota de comércio e migrações seculares, desta feita não de argonautas, titãs, grandes navegantes e conquistadores, mas um grande exército de apátridas e deserdados de sistemas excludentes e que amanhã, por certo serão vítimas dos preconceitos e insensibilidade dos povos mais ricos do norte europeu.
WBomfim /Firenzi/Itália