O Coveiro da Feira



          Falar de aspectos técnicos da pandemia do Covid19 até as crianças, em suas inocências, já emanam conhecimento suficiente, dado as informações que lhes chegam por seus pais e responsáveis, bem como em função da informação disponível à palma da mão pelos telefones celulares.
        Pois bem, mas parece que as informações sanitárias não chegaram ao prefeito de Feira de Santana, médico de formação e professor de, pasmem, epidemiologia, sem que se tenha conhecimento de exercício de classe, de sala de aula, portanto sem alunos, em uma universidade baiana.
        A sua sub-gestão, assim falo baseado na inércia administrativa, pois desde que assumiu em abril de 2018 a prefeitura do município de Feira de Santana, o mesmo tem se colocado como menino de recado de um coronelzinho do interior, no velho estilo político do século passado, onde o chefe manda e o subalterno obedece.
          Inadmissível pois, que o avanço da pandemia do Covid19, que fatalmente impactará o precário sistema de saúde municipal, que não suporta uma maior demanda sem o apoio do governo estadual faz com que o alcaide, no melhor estilo arcaico, não tome medidas preventivas em uma cidade marcada pela comercialização de alimentos em feiras livres, em aglomerações indevidas e de repercussões que podem ser nefastas para seu povo.
          Mas, longe de ter essa preocupação com o povo mais humilde, o alcaide volta-se a pensar exclusivamente com a classe empresarial e seus negócios, onde o político local se alinha ao comportamento necrofílico de seu aliado, ainda assentado no palácio do planalto.
          Se a um tempo ele posa para a mídia venal, fechando shopping center, academias de ginásticas e escolas privadas como medida preventiva ( louvável) ele se omite sobre o fechamento radical das feiras livres uma vez que elas, com sua intensa aglomeração, será, por certo, um epicentro de transmissão do corona vírus para toda a micro região de Feira de Santana. Não promove a necessária testagem rápida da população, nem incrementa uma estrutura sanitária de retaguarda para possíveis casos graves. Ele, o prefeito junto a sua secretária de saúde, administradora de uma fortuna em recursos do fundo municipal de saúde, que não explicaram até hoje o que faziam as falsas cooperativas que devoravam, qual cupins, os cofres públicos, mantem-se em silencio fúnebre. Ele portanto,  se insere no contexto da necropolítica e se candidata a ser o coveiro de uma população pobre e sem o suporte do seu precário sistema de saúde, numa lógica de proteger a classe média branca, de melhores condições de preservar-se, mesmo ao custo de redução de seus rendimentos, mas sacrifica a grande massa popular e pobre que enche os bolsões de miséria da periferia ao não promover ao isolamento social necessário nesse critico momento.


Não bastasse a sua trajetória política que nos últimos anos encontrou de forma oportunista um lugar de a muito tempo ansiado, que era o de ser prefeito no segundo município da Bahia, e não perdendo a oportunidade da passagem do cavalo já devidamente selado aliou-se a representantes de uma política embolorada e nociva. Ele mesmo já fazendo propaganda para o próximo pleito eleitoral pode, contudo, dado essa postura, encerrar sua carreira modorrenta por conta sobretudo dessa inação administrativa e sanitária com a alcunha de O Coveiro da Feira!


Wagner Bomfim
29/03/2020

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